Artigos

Girón preservou a Revolução

Data: 

19/04/2024

Fonte: 

Granma

Autor: 

«Acorda, que chegou a invasão…!».

Essa voz, com a soma de desesperança e épica que acarreta, espalhou-se de casa em casa nos povoados mais próximos do palco do desembarque.

Deve ter sido escutada, ainda, em outros recantos bem distantes de Playa Girón, em Ciénaga de Zapata, pois desde vários dias antes o país sentia a ameaça do desembarque dos mercenários e a agressão.

Muitos cubanos assumiram eles próprios a condição de milicianos, e reclamaram armas e munições para resistir e enfrentar os mercenários.

Uma boa quantidade de cubanos participava do seu primeiro combate, se expunha ao perigo perante um inimigo bem organizado, armado, com bom apoio, bem apetrechado e com um plano traiçoeiro.

Porém, além do fervor patriótico e a justiça, tinham ao seu favor uns ideais que defender e uma causa pela qual entregar até a vida. Os invasores, em troca, nem sequer tinham uma causa pela qual morrer, porque lhes faltava a razão, como assegurou José Ramón Fernández, protagonista da epopeia.

Os mercenários não combateram com o valor, a coragem e o espírito de vitória com que o fizeram as forças revolucionárias. Afinal, não tinham moral da qual lançar mão; apenas estavam cheios de perversidade.

Por outro lado, nos momentos mais críticos da batalha, nos instantes mais violentos e duros, foi crucial a unidade do povo, essa verdadeira massa de povo que defendeu a Pátria.

O sonho delirante de conquistar um pedaço de terra cubana para justificar a verdadeira finalidade, a intervenção militar direta das forças armadas dos Estados Unidos, não durou muito tempo.

A presença de Fidel em Playa Girón, com seu exemplo e coragem, agravou o desconsolo dos mercenários, os que apenas 72 horas depois reconheceram o seu fracasso e se entregaram em massa.

Apesar do sangue derramado, da dor pela morte, Playa Girón proclamou a sua vitória como uma façanha, um triunfo que espantou o mundo e que, devido ao simbolismo e significado, preservou a Revolução, e «tornou os povos da América um pouco mais livres».